SpaceX prepara em tempo recorde novo voo do Starship: O que há de novo?

O sexto teste de voo da Starship está previsto para ser lançado na segunda-feira, 18 de novembro, apenas 35 dias após o último voo, marcado pela captura histórica do primeiro estágio o Super Heavy. Será que em tão pouco tempo a SpaceX conseguiu fazer modificações em seus veículos ou plano de voo?

SpaceX prepara em tempo recorde novo voo do Starship: O que há de novo?
Conjunto Super Heavy/Starship na plataforma de lançamento em Starbase, Texas. Créditos: @SpaceX, via X.

Para recapitular, a SpaceX definiu o quinto voo (IFT-5) da seguinte maneira:

"o quinto teste de voo da Starship foi um momento produtivo na iteração em direção a um sistema de lançamento totalmente e rapidamente reutilizável. Na primeira tentativa, o propulsor Super Heavy retornou com sucesso ao local de lançamento e foi pego pelos braços de pauzinhos da torre de lançamento e captura na Starbase. O estágio superior da Starship passou a demonstrar várias melhorias, resultando em uma entrada controlada e um mergulho de alta precisão na área-alvo no Oceano Índico."
Fase final de captura do booster vista do topo da segunda torre de lançamento em Starbase. Créditos: @SpaceX, via X.

E após o estrondoso sucesso, recebendo elogios de praticamente todas as concorrentes, a SpaceX se prepara para repetir o feito no próximo dia 18/11, dessa vez com o Super Heavy Booster 13 e a Starship 31.

A primeira grande novidade é que este voo será a despedida da Starship V1 pois, a partir do voo 7 a Ship 33 (V2) passará a ser utilizada.

Starship V1 à esquerda e V2 à direita. Fotos por: @StarshipGazer

Voltando ao foco, a Ship 31, ao contrário do que muitos podem pensar, não terá uma despedida tranquila, muito pelo contrário, a SpaceX pretende levar o veículo ao limite de stress, principalmente durante a reentrada.

A empresa de Musk pretende realizar testes de novos materiais no seu escudo de calor secundário e retirar partes significativas das laterais do mesmo para testar os possíveis pontos de captura da nave.

Possível área de retirada do escudo térmico. Foto por: @StarshipGazer

Além da modificação na própria nave, eles ainda pretendem levar os flaps – que na V1 sofre de um problema crônico no escudo de calor da junta, permitindo que o plasma danifique-os. Um problema mitigado mas não corrigido – ao limite durante a reentrada, aumentando o ângulo de ataque da Starship.

Outra coisa inédita deste voo será o religamento de um motor raptor no espaço, mostrando a capacidade da nave de, futuramente, tirar o veículo da órbita da Terra. Vale lembrar que até hoje a Starship nunca fez um voo orbital - o que é diferente de chegar ao espaço.

Notas do editor: isso merece um post sobre, "Como chegar em órbita".

Era previsível que a SpaceX fizesse uma ignição do raptor no espaço, a final, pouco mais de uma semana depois do IFT-5 eles testaram incessantemente isso na sua instalação em McGregor, Texas.

No primeiro dia desse teste, o mesmo motor foi religado 34 vezes, tudo isso em um intervalo de 1 hora e 20 minutos, sendo que 29 das re-ignições ocorreram em um espaço de apenas 10 minutos.

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Sequência acelerada de ignição do motor raptor em McGregor no dia 23/10. Créditos: NASA Space Flight.

Voltando ao próximo voo, o Super Heavy Booster 13 possui algumas modificações interessantes, a começar pelas válvulas de pressurização dos tanques que tiveram seu formato "sino de vaca" alterado

A esquerda temos o Booster 12 e a direita, Booster 13. Créditos: @SpaceX e @StarshipGazer, via X.

Outra mudança interessante que possivelmente foi feita por conta do retorno e pouso do Super Heavy é a adição de mais um tanque de dióxido de carbono (CO2), usado para extinguir incêndios e suprimir chamas na saia de motores, onde grandes labaredas se formam durante o retorno. Essas labaredas não foram um problema no último voo mas incomodaram os engenheiros por se apresentarem em quantidades excessivas.

Retorno só Super Heavy para a torre de captura. Créditos: RGV Aerial Photography.

De maneira geral o próximo voo será com veículos idênticos ao voo anterior mas com diversas melhorias que só foram possíveis graças a coleta de dados que a SpaceX faz a cada voo. O próximo voo promete muitas emoções, principalmente para vermos se a captura do Super Heavy foi sorte ou não e se a Starship sobreviverá à reentrada sobre essas novas condições de maior stress. Caso ambos sejam feitos, as portas para 2025 estão abertas e diversos novos objetivos serão traçados, tais como: utilização da Starship V2, reutilização de um Super Heavy, captura da Starship na torre, primeiro voo orbital, primeira missão com carga (Starlink), primeiros testes das naves tanques e do reabastecimento em voo, preparo para as missões lunares e programa Artemis, dentre muitas outras coisas que com certeza farão parte da história e abordaremos por aqui.

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