SpaceX avança em mais um requisito do programa Artemis

SpaceX avança em mais um requisito do programa Artemis
Ilustração mostrando duas Starships atracadas para realização da transferência de propelente Créditos: ErcX (@ErcXspace) no 𝕏

Em uma atualização do programa de exploração lunar da NASA, foram reveladas informações sobre o andamento do desenvolvimento da tecnologia de transferência de propelente entre Starships, que será essencial para o pouso na Lua na missão Artemis III e além.

Durante Comitê do Conselho de Operação e Explorações Humanas da NASA, no dia 26 de abril, Amit Kshatriya, administrador associado do programa Moon to Mars, revelou novidades envolvendo o reabastecimento orbital do Starship. Incluindo uma atualização sobre o voo 3. Kshatriya disse que a transferência de 10 toneladas de oxigênio líquido entre o tanque secundário e o tanque principal foi "[...] bem-sucedida em todos os fatores". Com esse fato, a SpaceX segue prosseguindo para uma demonstração da transferência entre duas Starships, em 2025.

Em um slide mostrado durante a apresentação, vários detalhes e objetivos foram destacados envolvendo o plano da missão e como anda o trabalho nos sistemas que farão parte dela:

Slide apresentado durante o Conselho de Operação e Explorações Humanas, por Amit Kshatriya.

A arquitetura envolve o lançamento de duas Starships a partir de Starbase, Texas. Uma apelidada de "alvo" e a segunda de "caçadora". Ambas naves possuem diferentes sistemas e papéis durante o voo:

Starship-alvo:

  • É lançada primeiro
  • Recebe o propelente
  • Tem mecanismo ativo de atracagem
  • Possui sistema de navegação passivo

Starship-caçadora

  • É lançada após a alvo
  • Transfere o propelente
  • Tem mecanismo passivo de atracagem
  • Possui sistema de navegação relativo

Como a descrição informa, a Starship-alvo aguardará pela caçadora de forma passiva, sem realizar manobras. Enquanto a segunda Starship fará queimas de aumento orbital e aproximação. Durante o acoplamento a Ship-alvo será responsável por realizar a junção das duas naves com seu sistema ativo.

Plano de voo para a demonstração de transferência de propelente. Créditos: NASA

Entre outros detalhes presentes no slide está o status em que a SpaceX se encontra em relação à esse teste. A empresa já completou a revisão dos sistemas que serão utilizados no voo de demonstração, incluindo a arquitetura, design de hardware e da Starship, sistemas-chave e análise preliminar de modelos.

O desenvolvimento do hardware está em andamento e deve ser concluído ainda em 2024, incluindo testagem, construção e integração de: mecanismos de atracagem, sensores de navegação relativa, sistema de desconexão rápida e motores do sistema de controle por reação (RCS).

Alguns desses sistemas já existem e/ou já estão em trabalho mais avançado, como os motores do RCS. Uma versão desse motor já apareceu em Starbase instalada no antigo Superheavy BN3 (Booster number 3), mas foi deixado de canto para permitir uma evolução mais rápida do projeto. São peças importantíssimas para permitir a realização de manobras, com eles a Starship pode soltar pequenos impulsos que ajustam a trajetória no momento da atracagem, assim como as cápsulas Dragon, Soyuz, Starliner, etc. Atualmente a Ship utiliza o gás presente nos tanques para ajustar sua atitude, mas estes não são suficientes para realizar manobras mais complexas que exigem maior precisão.

Ilustração das duas torres de lançamento de Starbase, Texas. Créditos: SpaceX

Com o avanço do programa a SpaceX está conseguindo cobrir os objetivos necessários para a Artemis III, que deve ocorre em 2026. Múltiplos Starship-petroleiros serão utilizados para reabastecer a Starship lunar, por isso a tecnologia precisa estar bem maturada e consolidada para realização da missão. Elon Musk, CEO da SpaceX, comentou que é mais fácil acoplar com eles mesmos (se referindo à SpaceX) do que com a ISS, e isso é um ponto de vantagem que agiliza o processo de encontro e atracagem de duas naves.

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